domingo, junho 17, 2007

mais uma licença literária: o estranho caso do cachorro morto

Dia desses iniciei uma busca por obras que me pudessem ajudar a trilhar meu próprio caminho e formar minha própria opinião sobre a polêmica questão da caracterização de uma obra literária: quando é que um texto deixa de ter interesse pessoal apenas para ter interesse coletivo? Curiosamente, descobri que o entorno das obras classificadas em linguística cobrem numa ponta inúmeros títulos entre manuais de redação e noutra obras filosóficas em semiótica; mas que o meio entre uma coisa e outra é terreno relativamente pouco explorado - ao menos do ponto de vista de obras publicadas.

Seja como for, foi por conta de uma discussão acalorada com um aluno do 4o. ano de linguística numa das livrarias que freqüento na cidade, que vim a me interessar pelo estranho caso do cachorro morto. O livro é um belíssimo romance sobre um garoto autista, Christopher Boone, que escreve um livro de memórias iniciadas a partir de um relato de suas investigações acerca do cachorro encontrado morto no jardim de uma casa vizinha. Brilhante e muito hábil no terreno da matemática e lógica, o menino tem uma limitada capacidade de lidar com pessoas e emoções. O livro, do muitas vezes premiado autor Mark Haddon, tem uma narrativa envolvente, engenhosa, e mexe fundo com o leitor, ao colocá-lo para ver o mundo através dos olhos e da mente de um autista. Deste ponto de vista, é um dos melhores livros que li nos últimos tempos.

Próximo na lista: Rayuela, de Julio Cortazar. Vejamos o que a experiência de um jogo de amarelinha tem para seduzir o leitor... :)

Serviço: para quem se interessar pela obra original, o título é: The Curious Incident of the Dog in the Night-Time. Autor: Mark Haddon.

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